Uma revisão de estudos feito pelo
professor da King´s College London, Wayne Hall, conselheiro sobre vício
da Organização Mundial da Saúde (OMS), analisou os estudos sobre maconha
desde 1993 e mostra que a cannabis pode ser tão viciante quanto heroína
ou álcool, provoca problemas de saúde mental e pode levar ao uso de
drogas pesadas. O estudo foi publicado na revista científica
“Addiction”.
Entre outras conclusões, está a que o
uso agudo do cannabis não produz overdoses fatais, mas dirigir sob o
efeito da droga duplica o risco de um acidente de carro, podendo
aumentar substancialmente se os usuários também estão alcoolizados. Além
disso, o consumo de cannabis durante a gravidez reduz ligeiramente o
peso do bebê ao nascer.
Já entre os efeitos colaterais do uso
crônico de cannabis está que os usuários regulares podem desenvolver uma
síndrome de dependência. Os riscos são de que cerca de 1 em cada 10 de
todos os usuários de maconha e 1 em 6 entre aqueles que começam na
adolescência.
Quanto aos sintomas e transtornos
psicóticos, aqueles que fumam regularmente dobram os riscos de eles
surgirem, especialmente se esses usuários têm um histórico pessoal ou
familiar de doenças psicóticas, e se começarem a usar cannabis na
pré-adolescência.
Ainda sem respostas sobre a relação de
causalidade, sabe-se que o usuário adolescente regular de cannabis tem
níveis de escolaridade mais baixos do que os que não usam e, ainda, que
são mais propensos a usar outras drogas ilícitas.
O levantamento mostrou também que o
consumo regular que começa na adolescência e se estende à vida adulta
jovem parece produzir deficiência intelectual, mas o mecanismo e a
reversibilidade do comprometimento não são claros.
Na adolescência, o uso regular também
aproximadamente dobra o risco de ser diagnosticado com esquizofrenia ou
relatar sintomas psicóticos na vida adulta.
Outras conclusões são que fumantes
regulares de cannabis têm um risco maior de desenvolver bronquite
crônica e que os adultos de meia-idade que fumam maconha provavelmente
têm um risco maior de infarto do miocárdio.
Fonte: O Globo
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