A atriz americana Angelina
Jolie, de 37 anos, se submeteu em fevereiro deste ano a uma cirurgia para a retirada dos dois seios quando descobriu que tinha um gene
que, quando mutado, aumenta significativamente o risco da mulher ter câncer de
mama. Segundo a geneticista Maria Isabel Achatz, diretora de Oncogenética do
A.C.Camargo Cancer Center, o procedimento, chamado de mastectomia redutora de
risco, é uma das maneiras de reduzir o risco da doença.
— Como a
cirurgia retira a maior parte do tecido mamário, há uma redução de 95% de o
câncer de mama aparecer. Apesar de o índice ser alto, a mastectomia não garante
proteção total contra a doença. Outra maneira de prevenir o quadro é
acompanhamento médico rigoroso e intensivo, a cada seis meses, para um
diagnóstico precoce.
A
médica explica que o histórico familiar de câncer da atriz — sua mãe lutou
contra um tumor no ovário por dez anos e morreu aos 56 anos — associado a uma
mutação genética foram alguns dos possíveis critérios que colocaram Jolie no
grupo de risco. Segundo ela, a falha no gene BRCA1, detectada por meio de exame
de sangue, aumenta consideravelmente as chances de a atriz desenvolver câncer
de mama e ovário.
— Essa falha
significa que a atriz, como como qualquer outra mulher da população, não
tem proteção contra estes cânceres. O gene falho seria a senha errada do cartão
de crédito, ou seja, não funciona.
De
acordo com um artigo publicado nesta terça-feira (14) no jornal americano The
New York Times, Angelina teria um risco de 87% de desenvolver câncer de mama e
de 50% de ter câncer de ovário.
Com a cirurgia,
explica a médica, a atriz teria apenas 5% de chance de um possível diagnóstico
de câncer de mama ao longo da vida, mas ela reforça que o procedimento precisa
ser sempre muito bem avaliado pela equipe médica.
—Toda cirurgia
envolve riscos, sem contar que é fundamental o acompanhamento psicológico
porque a retirada do seio pode causar um impacto enorme na vida da paciente.
Após o procedimento de retirada do seio, Maria Isabel lembra que a
paciente é submetida a uma cirurgia plástica para a reconstrução mamária.
Câncer de mama no Brasil
O Inca
(Instituto Nacional do Câncer) prevê mais de 52 mil casos de câncer de mama em
2013, ou seja, 52 diagnósticos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama é o
segundo tumor mais frequente no mundo e a segunda causa de morte entre as
mulheres brasileiras, perdendo apenas para as doenças cardíacas.
O presidente da
SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) Carlos Alberto Ruiz ressalta que o
diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para a prevenção da doença.
— A detecção
precoce também pode levar à preservação dos seios na cirurgia de retirada do
tumor.
O médico
garante que a mamografia é o exame mais preciso na identificação dos tumores
precocemente e deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos.
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