A Polícia Federal vai pedir
a quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, segurança e assessor
pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A medida faz parte do inquérito
instaurado para desvendar o caminho percorrido pelos recursos distribuídos no esquema
do mensalão e é também um desdobramento do depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza à
Procuradoria-Geral da República em setembro do ano passado. Valério afirmou que
o mensalão bancou despesas pessoais de Lula. O ex-presidente afirma que é
mentira.
Nesta terça-feira (23), Valério prestou novo depoimento à PF em
Brasília. O operador do mensalão deixou a sede da polícia por volta das 16
horas.
O inquérito
aberto vai rastrear supostos repasses do mensalão para o ex-presidente. A PF
também deve ouvir o auxiliar de Lula nos próximos 10 dias, em São Paulo.
O pedido de quebra de sigilo de
Godoy será encaminhado ainda nesta semana à Justiça Federal de Minas Gerais. No
ano passado, Valério disse aos procuradores ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos
pessoais" no início de 2003, quando o petista já havia assumido o
Planalto. Os recursos foram depositados, segundo Valério, na conta da empresa
de segurança Caso, de propriedade de Godoy, ex-assessor da Presidência e uma
espécie de "faz-tudo" de Lula. O ex-presidente nega ter recebido
dinheiro do esquema.
Em 22 de fevereiro, o procurador da República Leonardo Augusto
Santos Melo solicitou à PF que detalhasse o destino dos recursos do mensalão.
No ofício encaminhado à
Superintendência da PF em Minas, o procurador transcreveu trechos do depoimento
de Marcos Valério e que foi revelado pelo Estado.
Uma das grandes dificuldades da investigação será driblar a
possível ausência de arquivos bancários anteriores a 2008. Normas do Banco Central
indicam a obrigação de armazenamento pelo período de cinco anos, no mínimo.
Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras
25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de
Valério, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 40 anos de prisão por
envolvimento no mensalão.
Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos
negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por
uma equipe da Polícia Federal em Minas.
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