Cópias ilegais em VHS e DVD do filme vem circulando no país
Em
1993, era exibido pelo Canal 4, uma emissora pública do Reino Unido, o
documentário Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane em português). No
filme de 1 hora e meia, o documentário mostra as relações entre a mídia e o
poder do Brasil, focando na análise da figura de Roberto Marinho, dono da Rede
Globo.
A
obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira,
debatendo a influência do grupo, seu poder e suas relações políticas, que os
autores do documentário vêem como manipuladoras e formadora de opinião. O
ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho foi comparado a Charles
Foster Kane, personagem criado em 1941 por Orson Welles para o filme Cidadão
Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata
da comunicação nos Estados Unidos. Segundo o documentário, a Globo empregaria a
mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como
fazia Kane no filme.
Banimento no Brasil
A primeira exibição pública do
filme no Brasil ocorreria no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ),
em março de 1994. Um dia antes da estreia, a polícia militar recebeu uma ordem
judicial para apreender cartazes e a cópia do filme, ameaçando, em caso de
desobediência, multar a administração do MAM-RJ. O secretário de cultura acabou
sendo despedido três dias depois.
Distribuição e visualização na
internet
A Rede Globo tentou comprar os
direitos de exibição do programa no Brasil, provavelmente para tentar impedir
sua exibição. Entretanto, antes de morrer, Hartog tinha feito um acordo com
organizações brasileiras para que os direitos de exibição do documentário não
caíssem nas mãos da Globo, a fim de que este pudesse ser amplamente conhecido
tanto por organizações políticas quanto culturais. A Globo perdeu o interesse
em comprar o filme quando os advogados da emissora descobriram isso, mas até
hoje uma decisão judicial proíbe a exibição de Beyond Citizen Kane no Brasil.
Em agosto de 2009, no auge de uma
troca de acusações mútuas entre Record e Globo, provocadas por acusações de
lavagem de dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus, a Record comprou os
direitos de transmissão do documentário por aproximadamente 20 mil dólares, e
espera a autorização da justiça para transmiti-lo.
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