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domingo, 3 de março de 2013

Polícia conclui inquérito e indicia padre por dois estupros de menores



A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o padre Emílson Soares Corrêa por suspeita de abusar sexualmente de duas menores. Ele foi indiciado por duplo estupro de vulneráveis. As vítimas, segundo as investigações, são duas irmãs de dez e 19 anos, que tinham sete e 13, respectivamente, na época em que os abusos teriam acontecido.
Já o pai das jovens foi indiciado por tentativa de extorsão, já que é suspeito de exigir dinheiro do padre para não divulgar um vídeo no qual o pároco aparece em cenas de sexo com duas jovens, uma delas de 15 anos, na casa paroquial onde morava, em São Gonçalo.
Na próxima segunda-feira (4), a delegada Martha Dominguez, da Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) deve encaminhar o inquérito ao Ministério Público, que vai decidir se oferece ou não denúncia contra Emílson e o pai das jovens à Justiça.
Na última sexta, o arcebispo de Niterói, dom José Francisco Rezende Dias e o vigário geral Carmine Pascalle prestaram depoimento e confirmaram a tentativa de extorsão contra o padre. Segundo a delegada, eles não falaram em valores, mas informaram ter havido uma grande pressão da família das supostas vítimas.
Na última quarta-feira (27), a jovem de 15 anos que foi filmada fazendo sexo com o pároco em novembro do ano passado disse que mantinha relações sexuais com ele havia pelo menos um ano, quando ela tinha 14 anos. Ainda de acordo com a adolescente, os encontros aconteciam uma vez por mês e a menina costumava receber dinheiro do pároco. Emílson nega as acusações.
Para a polícia, não há crime, já que a menina era maior de 14 anos e não fez sexo com o padre mediante violência ou grave ameaça.
Também na quarta, a delegada Martha Dominguez indiciou o padre Emílson outra vez pelo crime de estupro de vulnerável. Segundo a titular da Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) de Niterói, na região metropolitana do Rio, a jovem de 19 anos que denunciou o pároco prestou novo depoimento. Ela disse que os abusos começaram quando tinha 13 anos, época em que foi batizada por ele. A jovem, que gravou um vídeo tendo relações sexuais com o religioso, contou que o padre acariciava suas partes íntimas e a obrigava a fazer sexo oral nele.
O religioso já havia sido indiciado com base no depoimento da irmã de dez da jovem . Segundo a criança, durante um passeio da igreja, o padre tocou suas partes íntimas. Um exame de corpo de delito constatou que a menina permanece virgem. À polícia, o padre admitiu manter relações sexuais com a jovem de 19 anos desde o ano passado quando ela já era maior de idade.
Agentes da Deam investigam se outras menores de idade foram abusadas sexualmente por Emílson. Segundo o pai da vítima, outras meninas fizeram sexo com o pároco, mas as famílias não quiseram procurar a polícia.
A polícia também investiga o crime de exploração sexual, já que o padre costumava dar presentes para uma jovem de 19 anos, com quem mantinha relações desde quando ela tinha 15 anos.
Já o pai da jovem de 19 anos e da menina de dez, supostamente abusada quando tinha sete, foi indiciado por extorsão, na última terça-feira (26). Segundo o padre, que apresentou três testemunhas, ele pediu dinheiro e uma casa para não divulgar as imagens.
A delegada Martha Domingues disse que vai pedir ao pai das meninas o vídeo, que vai passar por perícia. Ela disse que pretende ouvi-lo sobre a denúncia de extorsão e que pretende ouvir ainda uma jovem de 15 anos que aparece no vídeo fazendo sexo com Emílson e a de 19 anos, que fez as imagens. O R7 tentou contato com o pai das meninas, mas ele preferiu não se pronunciar.
A polícia espera concluir o inquérito na próxima semana.
Padre foi afastado

A arquidiocese de Niterói informou que a "denúncia recebida acerca de padre Emílson Soares Corrêa está sendo averiguada. Após a acolhida da família e, tendo iniciado a apuração do caso, decidiu-se pela suspensão temporária do referido sacerdote no exercício de seu ministério. Obviamente, o padre não está responsável por nenhuma paróquia, já que foi completamente afastado de suas funções sacerdotais".
A Arquidiocese informou ainda que foi o próprio sacerdote que levou o fato da denúncia ao conhecimento do Ministério Público para que apure os fatos.
O advogado Roberto Vitagliano, que defende o padre Emílson, disse acreditar que o pároco foi seduzido pelas jovens com quem manteve relações sexuais, a quem classificou de bonitas e insinuantes.

— Eu acredito que ele tenha sido seduzido, sim. Se você ver essas meninas na internet, elas são muito bonitas, muito insinuantes. A 
Bíblia já diz que a carne é fraca e o padre é um ser humano.
Assista ao vídeo: 

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